Já em viagem, através ido Oceano Atlântico, devido a enfermidades diversas, alguns morri m. Seus cadáveres eram jogados então ao mar, mas como se fora m verdadeiro sepultamento. Fazia-se o velório e acompanhava-se O morto com orações e cantos dirigidos por um leigo capaz de fazê-lo, até que as águas envolvessem o corpo.
Longe da Europa, de sua pátria e seus costumes, os imigrantes, especialmente italianos, alemães e poloneses, tiveram na fé, a sua maior segurança.
Assim que os imigrantes tomassem posse das suas colónias, era necessário escolher, também , um lugar sagrado para colocar aí seus mortos, sepultados com muita dor e oração, sem acompanhamento do sacerdote.
Dessa forma, urgiram os primeiros cemitérios, que eram verdadeiros sinais materiais do espírito religioso do imigrante.
A cruz, as flores, o cercado para a proteção dos túmulos, as visitas constantes, o lugar de destaque em que se situaram os cemitérios, tornou-se o primeiro lugar de culto e de expressão religiosa dos imigrantes
O enterro foi, também, a primeira experiência de solidariedade comunitária em que o grupo tinha que, às pressas, decidir-se por um lugar para enterrar, fazer uma caixa mortuária, abrir uma cova, preparar a cruz, colher flores, realizar a procissão, fazer orações e abençoar o túmulo.
Esta necessidade desencadeou toda uma iniciativa religiosa espontânea entre os fiéis leigos, que os fez logo rememorar e reviver, com saudades, suas comunidades deixadas na Itália, Alemanha e Polônia, com suas igrejas, campanários, cemitérios e escolas.
Outro marco religioso, entre eles, depois do cemitério, foi. o surgimento dos capitéis ou capelinhas.
Quem tivesse um quadro de santo, trazido da Europa, ou quem soubesse esculpir uma estátua de madeira, prestava-se para que o capitel tivesse a imagem de sua devoção.
A origem do capitel, teve como consequência os núcleos, que se agrupavam ao seu, redor, aos domingos e dias de festa, por falta de igrejas.
Diversos desses capitéis, desapareceram com o surgimento das capelas ou igrejas nas localidades.
Assim se entende, porque em Rodeio, Ascurra, Rio dos Cedros, Massaranduba, Luís Alves e outras comunidades, ainda exista alguns vestígios deles, como prova de sua religiosidade.
Em Rio dos Cedros, o primeiro capitel, foi sem dúvida, o de N. Sra. de Lourdes, em Pomeranos, fruto de promessa do célebre mestre, Giovanni Trentini.
Outro capitel foi erguido em honra de São José, no Cedro Central, por Giuseppe Campestrini, em 1880, também, fruto de promessa.
Onde se nota ainda, de modo especial, vestígios mais significativos desses marcos de fé, é ao longo da estrada de Rodeio.
Desaparecendo muitos capitéis, desapareceram, também, muitos sinais do sagrado e quebra-se a história continuada da religiosidade do povo.
Não se deve desconhecer o início da história de fé, que se professa, tenha ela partido de um capitel ou de uma igreja. Para Deus a grandeza do lugar é menos importante que a grandeza do coração.